Tem mais Dinah chegando aí!
E mais: em comemoração ao Dia Nacional do Escritor, perguntamos a algumas de nossas autoras o que motiva sua escrita
Prontos para ler mais um livro de Dinah Silveira de Queiroz — e se apaixonar por ele?
Em agosto, a Instante lançará VERÃO DOS INFIÉIS, publicado originalmente em 1968 e um sucesso de público e crítica da época.
VERÃO DOS INFIÉIS é um romance ambientado no Rio de Janeiro no final da década de 1960. Dinah Silveira de Queiroz narra um fim de semana chuvoso na vida de uma família de classe média abalada por questões psicológicas, religiosas e políticas num dos períodos mais turbulentos da história do Brasil.
A trama tem início com o pedido de ajuda de Valentina ao cunhado Domingos, que só chegará à cidade dentro de três dias. Ela é a matriarca viciada em comprimidos de benzedrina que, após tomá-los, se refugia no “mundo dos mortos”, no qual, em alucinações que envolvem a infância, reencontra a mãe e o tio já falecidos e tem os melhores momentos do dia. Moradora de Copacabana, seu marido, “delicado demais para viver num mundo de grosseria”, suicidou-se alguns anos antes, deixando-a com três filhos pequenos, os agora adultos Geraldo, Carminho e Aloísio, cada qual enfrentando um dilema distinto.
Numa narrativa marcada por encontros e reencontros, bem como por tempestades impiedosas, a escritora constrói um enredo que segue num crescendo e atinge proporções inesperadas.
Na próxima semana abriremos a pré-venda de VERÃO DOS INFIÉIS, com capa desenvolvida por Fabiana Yoshikawa a partir de ilustrações de Joice Trujillo, além de notas e posfácio elaborados pelo historiador e educador Rafael Domingos Oliveira, então fiquem ligados aqui na newsletter!
Por que escrevemos?
É quase um consenso entre pessoas que trabalham com escrita: escrever é uma tarefa árdua. Elaborar uma história, criar personagens e colocá-los no papel não é algo simples, como pode parecer para uma parcela do público. Exige esforço, muita leitura, pesquisa e diversas escolhas para conduzir a narrativa. Escrever pode ser uma tortura para muitas pessoas, mas sempre fica aquela vontade secreta de um dia, quem sabe, externar suas ideias e deixá-las para a posteridade. Se você se identifica com isso, talvez só precise encontrar os estímulos certos para escrever.
No próximo dia 25 é comemorado o Dia Nacional do Escritor, e, para inspirar, convidamos nossas autoras para contar o que as motiva a escrever.
Maria José Silveira, autora de FAREJADOR DE ÁGUAS e MARIA ALTAMIRA
“Além do amor pela leitura e pela escrita que vive comigo desde a infância, o que não só me motiva mas me puxa para escrever é o movimento do mundo com as infinitas contradições que o próprio homem cria para si mesmo, fazendo-o viver em permanente luta para sobreviver e participar das belezas que esse mundo — pese o que tiver de pesar — também lhe oferece.”
Ana Lis Soares, autora de DOMINGO
“Todos os dias me pergunto: por que escrevo? Por quê? Mas, quando escrevo, quando fico em silêncio, os olhos abertos, encontro-me. Ali estão o pensamento, o corpo, os sentimentos. Eu e minhas vivências, minha memória, minha alfabetização. Eu e meus pais. Eu e meus mentores. Eu e minhas leituras. Eu e minhas dores, minha crença.
“Escrevo porque existo, e nem quero romantizar ou parodiar frases filosóficas. Digo porque é isso mesmo: escrever, para mim, é uma forma de existir. É dar contorno ao caos, ou ao menos permitir que o caos exista. Reconhecê-lo. Construir mundos, pontes entre mim e você que me lê. Escrevo para ser quem sou, para descobrir quem desejo ser.
“E também desconstruir-me profundamente, em ciclos. Em cada palavra.
“Escrever é permitir paradoxos — e talvez não haja forma mais sincera, da minha parte, de ser humana.”
Elaine Vilar Madruga, autora de A TIRANIA DAS MOSCAS
“Aos seis anos decidi que queria ser escritora e consegui um velho caderno, de papel escuro, para rabiscar meu primeiro poema com uma caligrafia feia de menina que mal sabia soletrar o próprio nome. Desde então, aquele velho e escuro caderno passou a ir comigo a toda parte, e, quando finalmente o enchi de rabiscos, poemas e histórias, procurei outro, e outro, e assim continuo até hoje, pois ainda anoto minhas histórias em qualquer pedaço de papel velho que vier à mão. Apaixonei-me pela leitura na primeira vez que a minha tia-avó Cuca e o meu avô me levaram a uma biblioteca. Aquele lugar me pareceu, ao mesmo tempo, belo e sagrado. Eu me apaixonei por escrever na primeira vez que meus dedos ficaram calejados, por não saber segurar direito um lápis. No local de onde saiu aquele calo, tenho agora um osteofito que carrego como sinal de fidelidade ao fato de tentar segurar o lápis, apesar de tudo, mesmo acima da dor. Cada vez que escrevo, ainda hoje, essa rigidez na articulação do meu dedo indicador me provoca dor. Digo que ali bate um coração, a partir da minha mão até a página em branco.”
Maria Adelaide Amaral, autora de LUÍSA (QUASE UMA HISTÓRIA DE AMOR)
“Escrevo para me conhecer.”
O que mais temos para hoje?
Coisas legais sobre livros e leitura e outros assuntos interessantes que vimos por aí
O preço do livro entrou novamente em pauta após uma declaração de Felipe Neto. Resgatamos então um post no qual havíamos explicado como é definido o preço de capa. Conheça os processos da edição de um livro e entenda os custos e as despesas de sua cadeia produtiva.
Ainda sobre o tema, o editor André Conti escreveu para a Folha de S.Paulo também explicando, de maneira geral, como as editoras chegam ao valor final do livro. É um texto bem didático e elucidativo. Leia aqui.
No dia 26 de julho, o clube do livro Leia Mulheres do Rio de Janeiro vai discutir o livro A SUCESSORA, de Carolina Nabuco. Veja no post abaixo como participar!
A Maria Camila Moura fez um vídeo falando sobre LUÍSA (QUASE UMA HISTÓRIA DE AMOR), de Maria Adelaide Amaral. Vem assistir!
Ter ou não ter uma biblioteca em casa? Pois é, essa foi outra “polêmica” que surgiu nesta semana. O Moreno, que é bibliotecário, fez essa newsletter com várias leituras legais e a sua opinião sobre as bibliotecas particulares. Vale muito ler!
Tem livraria nova chegando em São Paulo! No dia 27 de julho será inaugurada a Aigo, uma livraria migrante no Bom Retiro. Vamos lá?
A literatura é vasta, como mostra este tuíte:
E ficamos por aqui! Obrigada por passar mais um instante com a gente. Até semana que vem!