A literatura faz parte do que somos como cultura. Nossas histórias são passadas de geração em geração através dos livros, conseguimos olhar para o passado com a ajuda de obras que retrataram sua época e, hoje, explicam a nossa. E a literatura brasileira tem seu jeitinho próprio, tem seu lugar na nossa tradição. E sabe o que mais também grita OLHA ELA, A CULTURA BRASILEIRA??? O samba.
Hoje é comemorado o Dia Nacional do Samba, um ritmo que, quando se fala de Brasil, logo lembramos dele — assim como futebol, caipirinha, Carnaval… O samba surgiu no início do século XX em comunidades afro-brasileiras no Rio de Janeiro. Se hoje o samba é considerado um patrimônio cultural brasileiro, no seu início ele era visto com preconceito e chegou a ser proibido pelas autoridades — o que esperar de uma sociedade racista, não é mesmo? A partir dos anos 1930, o samba foi se popularizando com as rádios e os desfiles das escolas de samba — embora tenha havido um movimento de “desafricanização” do ritmo. Ai, Brasil…
Tá, mas, Instante, por que vocês estão falando de samba? Porque literatura e samba são duas manifestações artísticas que podem ser revolucionárias. E também porque a gente curte muito um sambinha e vê semelhanças entre o gênero musical e a escrita. Os instrumentos de percussão que marcam o ritmo da música são como a pontuação em uma narrativa. As cordas que fazem a melodia podem ser as frases e os parágrafos. E as letras, claro, são as próprias histórias. Se formos pensar no samba-enredo, então, fica ainda mais fácil: o desfile é o livro.
Sempre rola aquela rusguinha entre o povo da música, do cinema e da literatura. Qual é a melhor forma de arte? Ora, não existe a melhor. Todas elas se complementam, bebem da fonte uma da outra. Histórias já nasceram de um samba, músicas já nasceram de um livro. Podemos aproveitar as duas coisas juntas e ser feliz.
Confira algumas leituras para você aprender mais sobre o samba:
Uma história do samba
Vamos começar com esse livro que é quase que uma biografia do samba escrita por Lira Neto. Neste volume, ele vai falar sobre a origem do gênero musical, como ele se difundiu e conquistou espaço até chegar no primeiro desfile de uma escola de samba. Então é para aprender o que é o samba lá nas suas raízes. Vale demais conhecer.
As bambas do samba
Organizado por Marilda Santanna, o livro reúne artigos sobre o protagonismo das mulheres negras na construção do samba, falando sobre os espaços que elas ocupavam e como foram, também, sendo deixadas de lado conforme o gênero foi se popularizando. Uma leitura para fazer aquele resgate histórico sobre um dos principais símbolos culturais do Brasil.
Canto de rainhas
Alcione, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dona Ivone Lara e Elza Soares são as protagonistas desse livro do pesquisador Leonardo Bruno. Através de suas histórias, ele fala sobre a importância dessas mulheres na história do samba, rompendo as barreiras do machismo e do racismo.
Curtiram? Comenta aqui qual é o seu sambinha favorito! Laiá, laiá….
O que mais temos para hoje?
Coisas legais sobre livros e leitura e outros assuntos interessantes que vimos por aí
Já no ritmo de fim de ano, a revista Quatro Cinco Um de dezembro publicou a lista de melhores livros de 2022. Com base nas obras citadas por 78 colaboradores, o pessoal escolheu os livros que mais mexeram com sua cabeça durante o ano. E o nosso DEPOIS DO FIM: CONVERSAS SOBRE LITERATURA E ANTROPOCENO está entre os escolhidos! Veja mais.
A Adriana Cecchi falou sobre DEGENERADO, de Ariana Harwicz, no seu perfil. “A escrita de Ariana Harwicz parece um labirinto que instiga e repele a cada linha, a aversão domina de diversas formas. Absolutamente desconcertante e indigesto. Excelente.”
Já o Rômulo Rocha falou sobre DOMINGO, de Ana Lis Soares: “Esse é um livro para se ler, se ouvir, se encantar e se descobrir também".
E, para encerrar, um gorila feliz dançando “Maniac” na piscina. Que o seu fim de semana seja alegre como o dele!
Obrigada por passar mais um instante com a gente. Até semana que vem!