Prepara o look que Ariana Harwicz vem pro Brasil!
Pois é, galera: nossa primeira visita de uma autora internacional! Ariana Harwicz, que escreveu MORRA, AMOR, A DÉBIL MENTAL, PRECOCE e DEGENERADO. Ela vai participar de dois encontrinhos com os leitores, um na Praia do Forte e outro em São Paulo.
No dia 5 de agosto, às 16h, ela participa da 3ª FLIPR (Festa Literária Internacional da Praia do Forte), em Salvador, Bahia, na mesa "Do amor e outros demônios", com os escritores Socorro Acioli e Franklin Carvalho.
O segundo encontro com Ariana Harwicz acontece em São Paulo no dia 8 de agosto, às 19h, na Livraria da Travessa de Pinheiros. A autora conversará sobre seus quatro livros lançados no Brasil com os jornalistas Gabriela Mayer e Rodrigo Casarin.
Nunca leu Ariana? Então vem aqui conhecer os livros dela:
Em uma região esquecida do interior da França, uma mulher luta contra seus demônios: ao mesmo tempo que abraça a exclusão, deseja pertencer; que almeja a liberdade, sente-se aprisionada; que anseia pela vida familiar, quer botar fogo na casa. Casada e mãe de um bebê, ela se sente cada vez mais sufocada e reprimida, apesar de o marido aceitar seu estranho comportamento.
A condição feminina, a banalidade do amor, os terrores do desejo, a maternidade e a brutalidade inexplicável “de levar seu coração com o outro para sempre” – o romance aborda todas essas questões com uma intensidade crua e até mesmo selvagem.
Este livro traz uma história protagonizada por mãe e filha que se espionam, se odeiam, se amam. Em um vilarejo distante de tudo, mãe e filha dependem uma da outra em um círculo de destruição mútua, mas também de afeição. Porque esta é, sim, uma história de amor – na qual, porém, um abraço pode acabar em facada.
A única saída possível para elas está no amante da filha, o redentor capaz de transformar para sempre a vida de ambas.
Em um ambiente rural, mãe e filho levam a vida no limite – do amor, da obsessão e da indigência. Caçam, vasculham o lixo, vagam pelas ruas, são perseguidos por policiais e assistentes sociais. A mulher, embora dependente do amante casado que a rejeita, é também a mãe obstinada que teme perder o filho, o qual vê rapidamente se transformar em homem.
Nessa relação ambígua, a distorção na estrutura familiar tradicional questiona os papéis conferidos à mulher pela sociedade, sobretudo aquele ligado à maternidade: “Mas agora me beija e nos desfazemos, não mãe e filho, dois clandestinos que se cruzam numa parada, dois aturdidos no alto de um refúgio, dois punks que atravessam a Europa comendo do lixo público, na França, na Alemanha, na Itália, os lixos cheios, sanduíches mordidos”.
Em seu novo romance, Ariana Harwicz traz uma potente história de um processo judicial visto pela ótica do réu: “Todo amor é um crime, mas como eu poderia viver sem isso. A névoa voltou. Eu era o único que queria uma vida envelhecendo a seu lado e ela me admirando”.
O livro se desenrola por meio de um monólogo labiríntico e claustrofóbico, repleto de raciocínios distorcidos, memórias fragmentadas e reflexões perturbadoras. Nele acompanhamos como o narrador-personagem, um idoso acusado de cometer um crime hediondo na véspera de Natal, chegou àquele momento. O homem decide lutar até o fim contra tudo e todos — afinal, quem poderia ter certeza de haver cometido um erro? Quem seria capaz de culpar a si mesmo? Sob o céu estrelado, em uma noite congelante, como diferenciar o cidadão honesto do criminoso?