Só um instante para falar sobre crítica literária…
Tem quem diga que o crítico literário é um escritor frustrado. Tem quem diga que não acha certo que veículos publiquem resenhas negativas sobre os livros. Tem quem ache que a crítica morreu.
Se você é uma dessas pessoas, saiba que nós iremos defender a crítica.
O conceito de crítica literário é simples: avaliar uma obra pelo seu enredo, pelo texto, pela estrutura, pelos temas levantados e apontar como essa histórias se relacionam com o nosso mundo. Cada leitura é única e toca em algum ponto diferente dependendo de quem lê. E tem uma diferença entre as críticas, também. Tem aquela que se baseia nas teorias e busca elementos técnicos para avaliar um texto. E tem a impressionista, baseada nas sensações, pensamentos e opiniões que foram despertadas na sua leitura.
Mas pra que serve tudo isso?
Bem, uma resposta clássica é dizer que a crítica atua na divulgação dos livros. Porque falando dele, você desperta o interesse em mais pessoas. Lembra daquela edição que falamos sobre nossos influencers literários e sua importância para a divulgação da leitura? Pois é, a crítica daquele jeito quadradinho que a gente conhece, a acadêmica, já faz isso — mas para uma parcela muito menor do público. Aquela publicada em jornais e revistas já atinge uma audiência bem maior — e antes da internet, era essa a audiência que a gente tinha, hehe.
Então sim, críticos são nada mais, nada menos, do que divulgadores. Já temos um bom motivo para a sua existência.
Uns dias atrás, rolou uma polêmica no mundinho literário em que um crítico recebeu vários ataques por ter falado mal de um livro que vem fazendo seu sucesso entre um público mais amplo. E aí muita gente levantou a questão da necessidade de se publicar um texto destruindo outro texto. Críticas podem ser bem pesadas e pegarem em lugares doloridos, mas a gente não pode esquecer de que os livros falam com a gente de maneiras diferentes. O que me fez gostar de uma história pode ser justamente aquilo que te fez odiar ela.
Mas publicar isso pra todo mundo ver que você odiou? Ainda mais nessa época em que o ódio é gratuito?
Sim, meu caro e minha cara. Veículos de imprensa não são como nossos blogs, canais e perfis de Insta em que podemos escolher livremente o que ler e sobre o que falar. Eles encomendam um texto, eles recebem o texto, eles publicam o texto. Podem até editar pra dar uma amenizada, porque não vamos partir para a baixaria, né? Mas o texto sai, sendo dizendo que o livro é bom, seja dizendo que o livro é ruim.
E olha só a proporção que isso tomou. Quem não conhecia o livro, acabou conhecendo pela resenha — e pela polêmica. Mesmo sendo uma crítica negativa, cumpriu com o objetivo: fazerem as pessoas irem atrás do livro, dependendo de como aquele texto a impactou.
Outro ponto importante é a curadoria. Muita gente acha que é fácil escolher ao que se dedicar, mas não é não. São milhares de livros lançados todo o mês, e o crítico ressurge aí como alguém que faz uma triagem daquilo que vale a pena ou não ler, de acordo com seus próprios critérios. Assim fica mais fácil pra gente acertar na leitura. Ou até errar, porque com certeza já aconteceu de você não gostar tanto assim de algo super recomendado pelos críticos dos jornais. A crítica não é uma ciência exata.
E aí chegamos ao último quesito: o crítico também apresenta vários olhares para os livros que lê. Ele aponta detalhes que passam desapercebidos, sejam bons ou ruins. Ele levanta alertas sobre problemas na obra, exalta os acertos, oferece novas interpretações. O que enriquece demais a leitura.
Viu? Antes de atirar a pedra no crítico que não gostou de determinado livro, lembre-se de todos os outros que ele gostou e divulgou. Nem tudo é bom. E ele está aí para fazer esse alerta.
O que mais temos para hoje?
Coisas legais sobre livros e leitura e outros assuntos interessantes que vimos por aí.
Como você sabe, MARGARIDA LA ROCQUE chegou nas livrarias nesta semana. Se você quer tentar a sorte, tem um sorteio do livro rolando lá no perfil da Ana Rüsche. Vai que os astros estejam te ajudando? Para participar e ver as regras, é só ir neste post abaixo.
Como montar uma biblioteca, por Lobo Mau.
No último dia 14 foi o Dia do Livreiro (aliás, parabéns a todos os livreiros e livreiras!). Lá no O Globo, tem uma matéria bem legal sobre livreiros que revolucionaram a literatura. Vem ler aqui!
No site da Galileu tem uma lista bem legal de personagens femininas da literatura de horror. Só faltou nossa Margarida. Veja aqui!
Quer virar cinéfilo? Lá na Superinteressante tem um manual de como começar a ver os clássicos do cinema. Veja aqui!
E é isso! Obrigada por passar mais esse instantinho com a gente. Esperamos que seu fim de semana seja calmo, sereno e cheio de leituras.
Até a próxima!