Com orelha ou sem?
Por que alguns de nossos livros têm orelhas e outros não? E mais: neste fim de semana estaremos na Feira Jardim Secreto, na Cinemateca, em SP
Você conhece bem a anatomia de um livro. Todo livro é composto por capa, miolo, lombada, quarta capa, cadernos, folha de rosto… E muitas vezes também por um componente que nem todo mundo sabe direito para que serve. Esse componente é a orelha, aquela extensão da capa que fica dobradinha para dentro (ou para fora, como no MARIA ALTAMIRA, por exemplo) e na maioria das vezes apresenta informações sobre a obra, como sinopse, elogios, foto e biografia da autora ou autor.
Para nós, a função das orelhas é muito mais do que trazer textos breves, servir de marcador de página ou de artifício para encorpar as capas. Preferimos pensar as orelhas de um jeito diferente.
Quando encomendamos a arte da capa de um livro novo, já concebemos todos os elementos que usaremos para contar, visual e graficamente, o enredo que a obra apresenta. Então é essa história a ser narrada na capa que vai condicionar a necessidade ou não das orelhas na edição.
Se as informações da capa e da quarta capa — e da parte interna da capa, chamada de segunda e terceira capa — já derem conta do que queremos transmitir ao leitor numa primeira olhada, aí poderemos deixar as orelhas de fora. Foi o que fizemos, por exemplo, nos livros da trilogia involuntária da paixão de Ariana Harwicz, MORRA, AMOR, A DÉBIL MENTAL e PRECOCE, que não têm orelhas e contam, por meio dos elementos citados acima, tudo o que queríamos revelar para te incentivar a ler.
Então, por que não aproveitar melhor o espaço da capa para entregar ao leitor mais conteúdo gráfico? Afinal, as informações sobre a narrativa podem muito bem estar na quarta capa ou nas páginas do miolo, como muitas vezes fazemos aqui na Instante.
É aí que a nossa criatividade vai longe. Quando acreditamos que uma ilustração ou uma imagem pode ultrapassar as barreiras da capa, usamos as orelhas para dar continuidade a ela.
Olha só como é em O MUNDO QUE HABITA EM NÓS, da Liliane Prata: a ilustração da capa continua nas orelhas, dando ao leitor aquela vontade de abrir o livro. E, ao abri-lo, as ilustrações aparecem também na parte interna da capa — uma surpresa colorida que ninguém esperava ver. Dá outro clima!
As orelhas, para nós, são um recurso a mais para fazer o leitor se encantar com a narrativa visual da capa, em razão dos elementos gráficos. E acreditamos que abrir um livro e ver uma orelha bonita, rica, colorida, deixa a gente mais feliz. :)
E aí, gostou de saber mais sobre as orelhas dos nossos livros e como pensamos nossas capas? Quais outros detalhes do processo editorial ou dos componentes de um livro você quer conhecer mais? Conta aqui pra gente!
O que mais temos para hoje?
Coisas legais sobre livros e leitura e outros assuntos interessantes que vimos por aí
Neste sábado e domingo, dias 10 e 11 de dezembro, estaremos novamente na Feira Jardim Secreto! A partir das 10h até as 19h, esperamos você na mesa da Instante lá na Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207 — Vila Clementino, São Paulo, SP), ok? Dê livros de presente de Natal!
Falando em Natal, como anda sua lista de presentes? Aqui, esta tirinha do Tom Gauld resume bem a nossa vibe.
Tem documentário sobre Clarice Lispector chegando nos cinemas. Olha só esta dica!
E ficamos por aqui. Obrigada por passar mais esse instante com a gente. Até semana que vem!